Navio Ever Given, um dos maiores navios porta-contêineres do mundo, é visto depois de ter sido totalmente flutuado no Canal de Suez, no Egito, em 29 de março de 2021. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
Equipes de salvamento conseguiram na segunda-feira libertar um enorme navio porta-contêineres que estava preso no canal de Suez nos últimos sete dias, impedindo que bilhões de dólares em carga cruzassem uma das hidrovias marítimas mais movimentadas do mundo.
"Conseguimos!", disse Peter Berdowski, diretor executivo da empresa holandesa de salvamento Boskalis, contratada para auxiliar no processo. "Estou animado em anunciar que nossa equipe de especialistas, trabalhando em estreita colaboração com a Autoridade do Canal de Suez, reflutuou com sucesso o Ever Given em 29 de março às 15h05, horário local, possibilitando assim a passagem livre pelo canal de Suez novamente.â
Ele disse que 30.000 metros cúbicos de areia foram dragados para ajudar a liberar a embarcação, que foi puxada por 13 rebocadores.
A lua cheia no domingo deu ao salvador uma janela de 24 horas especialmente promissora para trabalhar, com alguns centímetros extras de fluxo de maré fornecendo uma assistência vital.
Então, pouco antes do amanhecer, o navio lentamente recuperou a flutuabilidade.
Mesmo com o navio liberado, pode levar vários dias até que outros navios possam navegar pelo canal, disse um capitão grego cujo petroleiro está preso atrás do Ever Given. “De acordo com as regras do canal, eles devem removê-lo.”
O cargueiro de 1.400 pés de comprimento ficou preso diagonalmente em uma seção sul do Canal de Suez no início de 23 de março, deixando um total de 367 navios, incluindo dezenas de porta-contêineres e graneleiros, incapazes de usar a principal rota comercial na segunda-feira. manhã.
Uma visão mostra o navio porta-contêineres Ever Given no Canal de Suez nesta imagem de satélite da Maxar Technologies tirada em 29 de março de 2021. Imagem de satélite 2021 Maxar Technologies/Folheto via REUTERS
A obstrução criou um enorme engarrafamento na passagem vital, custando ao comércio global entre US$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões por dia, de acordo com uma estimativa.
O fechamento ameaçou interromper os embarques de petróleo e gás do Oriente Médio para a Europa. A Síria já havia começado a racionar a distribuição de combustível no país devastado pela guerra devido a preocupações com atrasos na chegada de remessas, informou a Associated Press.
As taxas de embarque para navios-tanque de derivados de petróleo quase dobraram depois que o navio encalhou, informou a Reuters, e o bloqueio interrompeu as cadeias de suprimentos globais, já sobrecarregadas pelas restrições do Covid-19.
Muitos outros navios já foram redirecionados ao redor do Cabo da Boa Esperança da África do Sul para contornar o bloqueio de Suez, embora o desvio de 5.500 milhas (9.000 km) leve de sete a 10 dias a mais e adicione uma enorme conta de combustível à viagem. entre a Ásia e a Europa.
O Ever Given havia se afastado de sua posição alojada e foi rebocado em direção ao Grande Lago Amargo, a parte mais larga do canal, onde passará por vistoria para eventuais problemas técnicos.
